Por: Fadel Gomes
O embaixador da Guiné-Bissau no Senegal, Doutor Idrissa Embaló, manifestou-se preocupado com a situação de não cumprimento das leis de livre circulação de pessoas e bens no espaço da CEDEAO por parte das autoridades fronteiriças guineenses, senegalesas e também gambianas.
Em entrevista exclusiva, Idrissa Embaló denunciou a situação dos cidadãos guineenses e senegaleses que são sujeitos à pagar uma soma de mil francos Cfa nos postos de controlo entre Bissau, Dacar passando pela Gâmbia. No entanto, um passageiro que faz o trajecto Dacar Bissau ou vice-versa, via Gâmbia, é obrigado a travessar pelo menos seis postos de controlo.
Este diplomata disse que tem recebido denúncias frequentes dos cidadãos guineenses que afirmam que são obrigados, em cada posto de controlo fronteiriço do senegal, a descer dos respectivos carros conforme o protocolo de segurança para apresentação das peças de identificação e mesmo assim pagam pela passagem.
“O incompreensível é o facto de cada guineense ser obrigado à pagar pela referida soma em cada posto de controlo fronteiriço recebendo em contrapartida um carimbo que supostamente testemunhe a sua passagem naquele posto, sem um recibo oficial da parte das autoridades”, denunciou.
O embaixador Embaló afirmou ainda que os cidadãos senegaleses e de outras nacionalidades são submetidos ao mesmo tipo de tratamento por parte das autoridades fronteiriças guineenses.
O embaixador da Guiné-Bissau no Senegal disse que o espaço da CEDEAO é uma zona comum para os cidadãos dos países membros após as orientações e decisões dos líderes das diferentes nações que compõem esta organização regional africana.
Idrissa Embaló afirmou que infelizmente tem sido esse o caso ao longo da trajectória entre a Guiné-Bissau e o Senegal passando pela Gâmbia, pois esta situação carreta muita despesa por exemplo, para os estudantes ou responsáveis de família.
Indagado sobre as medidas já implementadas pela embaixada com vista a sanear a tal situação, Embaló disse que tem comunicado as autoridades do ministério dos Negócios Estrangeiros da Cooperação Internacional e das Comunidades do país através de relatórios sobre a situação.
“Temos estado a propor as autoridades guineenses a convidar os seus homólogos senegaleses no sentido de, em conjunto, reactivarem os trabalhos das comissões mistas para, entre outros, proceder a análise e tratamento do assunto entre as partes com vista a encontrar soluções conjuntas”, contou.
Sobre ao número total de estudantes guineenses no Senegal, Idrissa Embaló disse que tem aumentado, sem precisar o número exacto. Mas disse que 99 por cento desses estudantes foram por conta própria sem serem registrados pelas estatísticas dos Ministérios da Educação Nacional e dos Negócios Estrangeiros do país. No entanto revelou que a embaixada tem vindo a elaborar um projecto de parceria com a associação de estudantes guineenses no Senegal no sentido de passarem a registar os estudantes guineenses na capital senegalesa assim como nas diferentes regiões daquele país vizinho.
“Tudo isso será possível com a autorização e disponibilização de meios por parte das autoridades da Guiné-Bissau”, afirmou.
Quem é Idrissa Embaló
O diplomata Idrissa Embaló é doutorado em sociologia pela Universidade Alexander von Humbold de Berlim (Alemanhã). Tem licenciatura em agronomia com a especialidade no ramo da economia rural (Universidade de Leipzig). Porém, tem mestrado em sociologia rural pela Universidade técnica de Berlim. No entanto, Doutor Idrissa Embaló foi Reitor da Universidade pública “Amílcar Cabral” (UAC).