Tuesday, December 05, 2023
POLÍTICA

É OFICIAL. CIPRIANO CASSAMÁ CANDIDATO PRESIDENCIAL – RECONFIGURAÇÃO DA ANP À VISTA

Julho 20, 2019
  

O presidente da Assembleia Nacional Popular, acaba de informar, através de uma carta endereçada ao Presidente do PAIGC, entregue quinta-feira (18/07), a sua intenção de se candidatar às Presidenciais de 24 de Novembro.

Cassamá, que também é 1º vice-presidente do PAIGC diz na carta endereçada ao líder do maior partido do país, que acredita que o seu projecto político vai contribuir para enriquecer o PAIGC, consolidar a paz, estabilidade e desenvolvimento económico e social, resgatando a credibilidade interna e externa da Guiné-Bissau e das suas instituições, sobretudo políticas.

«Há mais de dois anos manifestei a minha intenção de candidatar ao cargo de Presidente da República. E, no passado mês de Junho, na véspera da minha deslocação à Luanda, no quadro parlamentar, renovei ao senhor presidente e caro camarada a minha disponibilidade para a concretizar” conta o político. Mais a frente diz que “convicto de que a minha candidatura corresponda aos objectivos e desígnios do nosso glorioso PAIGC e todos os seus militantes, dirigentes e simpatizantes, e aos anseios dos nossos concidadãos de viver numa sociedade mais justa, pacífica e desenvolvida social e economicamente, queremos testemunhar o nosso compromisso político de dignificar e elevar o seu nome e de todos quantos ontem, hoje e amanhã se dedicaram, dedicam e dedicarão ao seu serviço e ao serviço do povo guineense e preservam as suas conquistas.”

Cipriano Cassamá diz na missiva esperar que os seus camaradas, que integram as estruturas internas competentes do partido se revejam na sua candidatura e o apoiem politicamente. Explicando a sua candidatura refere que a sua candidatura orienta-se basicamente pela mobilização e integração de todos “os seus camaradas” na perspectiva de servir o povo guineense e consolidar as instituições da república como convém a um estado de direito democrático.

O actual presidente da Assembleia Nacional Popular alerta que se avizinha mais uma etapa crucial para o PAIGC e que o partido está na vanguarda da nação guineense, bem como na consolidação da liberdade e da democracia pluralista e todos os seus militantes, dirigentes e simpatizantes orgulham-se das suas conquistas e devem, em conjunto, mobilizar-se para vencer os desafios do futuro”.

Cipriano Cassamá é o primeiro dirigente do PAIGC que expõe oficialmente a sua pretensão de se candidatar ao cargo de Presidente da República nas próximas eleições aprazadas para 24 de Novembro próximo.

Oficiosamente contam-se mais candidatos que poderão apresentar-se às primárias para a escolha da figura que o PAIGC vai apoiar oficialmente conforme recomendam os estatutos deste partido para caso de haver mais de um candidato presidencial. Extraoficialmente no país são apontadas figuras com boas referências nacionais como potenciais candidatos presidenciais, que, eventualmente, também disputarão as primárias do PAIGC: Manuel Serifo Nhamadjo, Mário Lopes da Rosa, Paulo Gomes, Domingos Simões Pereira.

Em Bissau, observadores políticos atentos acreditam que depois da realização das primárias, se houver muitos candidatos independentes, isso provocará não só uma grande dispersão dos votos mas também fragmentações internas nada saudáveis para o maior partido político do país, sobretudo, numa altura em que a oposição está muito activa.

Por si só, a candidatura independente de Carlos Gomes Júnior, tendo em consideração o seu passado político, vai arrastar muitos dos potenciais votantes do PAIGC.

A RECONFIGURAÇÃO DA ANP

A candidatura do Presidente da ANP pressupõe a “ascensão automática” do 1º vice-presidente a esse cargo devendo suceder o mesmo aos lugares subsequentes.

Se, por ventura, se concretizar a candidatura a Presidente da República de Nuno Gomes Nabiam, 1º vice-presidente da ANP, presidente da APU-PDGB, a ANP terá que proceder em conformidade com a Constituição da República, tendo em conta as duas saídas. Ora, tendo em conta a crise que se instalou no órgão legislativo nos primeiros dias do seu funcionamento é de crer que nem tudo será pacífico na ora das substituições.