TUDO O QUE SE FAZ, BEM OU MAL, DEIXA MARCAS QUE NÃO SE APAGAM. FICAM GRAVADAS ALGURES NO TEMPO E NO ESPAÇO, PARA SEMPRE.
“Guiné-Bissau pikininu na tamanhu garandi na fama”, musicou a célebre orquestra nacional Super Mama Djombo nos bons velhos tempos.
O povo guineense, na generalidade, os Combatentes da Liberdade da Pátria, em particular, fizeram uma epopeica e vitoriosa luta contra o jugo colonial, cujos feitos correram o mundo através dos relatos dos mass media pelos quatro cantos do mundo, e ficou na história oral do país e, certamente, da África na globalidade.
A história regista, que nos primeiros anos da independência o país teve um ARRANQUE FORTE no capítulo de realizações no âmbito do progresso e do desenvolvimento nacional, em vários sectores de importância capital. Houve pesares, sim, mas, todavia, foram registados bons recortes em termos de implementação de grandes projectos de desenvolvimento do país. Dito por outras palavras, a reconstrução nacional enquadrada numa visão estratégica de curto, médio e longo prazos. Na altura, a Guiné-Bissau conseguiu a proeza de adiantar mais que alguns países da sub-região que haviam ascendido à independência muitos anos antes e sem enveredar pela luta armada.
Quando integrou a CEDEAO, como membro fundador, em 1975, estava no auge dessa progressão. Concretamente, floresceram iniciativas de industrialização, dignas de referência, atinentes ao programa de desenvolvimento inserido no desígnio nacional que, na altura, se visava alcançar fundamentado no facto de que o povo não lutou apenas para ter uma bandeira e um hino…
Mas, contudo, tempu bai tempu bim na sequência das crises políticas e militares que ocorreram no país, e, pandemónios de diversa ordem, a FAMA mudou de feição. A dinâmica, o optimismo, que animavam os cidadãos, a esperança num futuro promissor, todos, perderam fulgor e lugar no espírito guineense.
AS FAMAS TRISTES QUE ENSOMBRAM A EXISTÊNCIA DESTE PAÍS
Um pouco por toda a parte, a Guiné-Bissau é sobejamente conhecida pela sua heroicidade, as suas potencialidades agrícolas e turísticas (a exuberância das suas praias, as suas florestas, a hospitalidade do seu povo) mas, inversamente, é célebre por ser catalogada como:
País de crises cíclicas; de golpes de estado; ; de intrigas e de traições; de assassínios insolúveis (de figuras políticas); em vias de se transformar em narcoestado (tendo as instituições e a economia dependentes do tráfico de drogas).
Enfim… cada cidadão, independentemente do seu estatuto social, tem a noção clara de que, por tudo quanto se passou e foi vivido, há necessidade efectiva de combater a FAMA que resulta das práticas que podem afectar a dignidade, unidade e coesão nacionais, desvalorizar o cidadão e a Pátria. A grande questão que se coloca é: KUMA DI FASIL?
Anôs tudu nô tem di pega tesu para que o país seja pikininu na tamanhu garandi na FAMA pela efectivação de boas ações sociais, políticas, administrativas, da gestão económica transparente e de qualidade, entre outras, sem descurar a modernização e o reforço do sistema judicial para melhorar a sua prestação e eficácia, reforçar a confiança dos cidadãos e facilitar a atracção de potenciais investidores que promovam o crescimento do sector privado.
O TOPO DA FAMA exige a adopção de posturas de subordinação às leis nacionais (respeito à ordem constitucional e democrática), em suma respeito à Constituição da República, por todos, sem qualquer excepção.
Grandes homens, MATCHUs GARANDIs, surgiram no tempo e no espaço, marcaram a sua era pelo bem e pelo mal que fizeram. Houve aqueles que se projectaram tanto, que pisaram o povo e as leis… Hoje são meros episódios no fundo do baú da memória colectiva guineense.
Outros cidadãos pretendendo fazer de MATCHUS se perfilarão, mas, pelo facto da conjuntura lhes ser adversa serão “sol de pouca dura” pois, no exercício da democracia, o povo não concede a ninguém o poder da aplicação indiscriminada da força física, nem o recurso ao uso das armas para cercear as liberdades e garantias dos cidadãos.
Hoje, depois de todas as peripécias vividas, impõe-se repensar os caminhos que conduziram à FAMA traçar novos paradigmas que sejam consentâneos com as necessidades do povo e compatíveis com a conjuntura política sub-regional, regional e mundial.
REPARO:
Se como se diz “vale mais andar com um amigo no escuro do que sozinho à luz do dia”, por outro lado,
“não se deve perder sono por causa de inimigos mas sim por causa de amigos.”